22 de junho de 2012

PSI: diretrizes de sustentabilidade nos negócios chegam ao setor segurador

Semana passada, durante a realização da Conferência Rio+20, 27 empresas seguradoras de diversos países, entre as quais 4 brasileiras, lançaram os Principles for Sustainable Insurance – PSI (Princípios para Sustentabilidade em Seguros). Essas seguradoras detêm conjuntamente US$ 5 trilhões em ativos e representam cerca de 10% do volume mundial de prêmios. A iniciativa de criação dos PSI é da United Nations por Environment Programme – Finance Initiative - UNEP-FI (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente – Iniciativa Financeira).

Nos últimos seis anos, a UNEP-FI vem dialogando com as empresas seguradoras no sentido de incorporar as questões socioambientais e de governança na indústria de seguros mundial. O resultado desse longo processo consiste em quatro abrangentes Princípios para Sustentabilidade em Seguros, objetivando prover o setor de instrumentos de análise e gestão dos riscos socioambientais e de desenvolver novos tipos de produtos que atendam aos desafios ambientais impostos, por exemplo, pelas mudanças climáticas no ambiente de negócios. 

Ao aderir aos PSI as seguradoras se comprometem a:
1)    Incluir no processo de tomada de decisão questões ambientais, sociais e de governança que sejam relevantes para a atividade em seguros.
2)    Trabalhar em conjunto com os clientes e parceiros comerciais para aumentar a conscientização sobre questões ambientais, sociais e de governança, gerenciamento de riscos e desenvolvimento de soluções.
3)    Trabalhar em conjunto com governos, órgãos reguladores e outros públicos estratégicos para promover ações amplas na sociedade sobre questões ambientais, sociais e de governança.
4)    Demonstrar responsabilidade e transparência divulgando com regularidade, publicamente, os avanços na implementação dos Princípios.
No setor financeiro, a atividade seguradora, especialmente sensível às externalidades, pode desempenhar um papel importante na agenda da economia verde. As seguradoras detêm know-how para avaliar, precificar e administrar riscos. O seguro não é somente um mecanismo de transferência de riscos para compensar prejuízos financeiros, uma vez que faz parte do negócio das seguradoras lidar com medidas de prevenção e mitigação de perdas. É também um mecanismo de gestão de riscos. A atividade de seguros tem, assim, capacidade para arquitetar ferramentas para lidar com emergentes riscos sociais e ambientais.

Trata-se de uma iniciativa voluntária do setor, porém, não por isso as seguradoras signatárias do PSI devem se furtar do compromisso de dar transparência do modo pelo qual estão implantando os Princípios em seus negócios e dos resultados alcançados. Caso contrário, a iniciativa perderá credibilidade.

Com o lançamento dos PSI o setor segurador segue os passos das demais iniciativas mundiais do setor financeiro: os Equator Principles (Princípios do Equador) e os Principles for Responsible Investment – PRI (Princípios para o Investimento Responsável), lançados, respectivamente, em 2003 e 2006.

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